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O que é uma ‘obra seca’: como reformar sua casa sem se arruinar

O que é uma ‘obra seca’: como reformar sua casa sem se arruinar
admin
Publicado em01/09/2020
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O que é uma ‘obra seca’: como reformar sua casa sem se arruinar

Aqueles que ainda não as encararam podem pensar que são criativas e divertidas. Mas quem as viveu na pele sabe que elas têm muito pouco de diversão: as reformas em casa provocam estresse, por menores que sejam. Na Espanha, por exemplo, um de cada dois habitantes tem aversão às reformas domésticas, e 40% preferem acumular danos e conviver com eles durante um período que varia entre seis meses e um ano, para não pôr mãos à obra ou gastar dinheiro, segundo uma pesquisa publicada pela Reparalia, empresa especializada nos cuidados domésticos e na gestão de sinistros e consertos.

De acordo com a sondagem, o que causa mais rejeição às obras em casa é o gasto que elas acarretam: mais de 65% dos espanhóis apontam esse motivo para justificar a falta de conserto dos defeitos de sua moradia. “Mas nem sempre tem de ser caro”, assinala Alberto Murcia, vice-presidente da Associação Empresarial da Gestão Imobiliária (AEGI). “Deve-se ter em mente, com clareza, qual é o objetivo da reforma: dar uns retoques não é a mesma coisa que remodelar uma casa muito antiga, onde é preciso consertar tudo. Neste último caso, a reforma pode ser realmente tremenda”, afirma Murcia.

Se seu imóvel está bom, mas a ideia é deixá-lo mais atraente para alugá-lo ou consertar os danos causados pela passagem do tempo − e, de quebra, aproveitar para dar a ele um novo ar −, há técnicas que podem ser suas aliadas e não exigem um gasto exorbitante. A obra seca é uma delas. “Trata-se de um tipo de construção que não necessita de tempo de secagem porque são utilizados materiais que podem ser incorporados diretamente a um sistema de montagem, já que vão colados, pregados ou encaixados”, explica o Habitissimo, um portal que põe clientes em contato com especialistas no setor de obras, reformas e serviços para o lar. A chave está no uso inteligente de tintas, revestimentos e materiais autoadesivos. “Isso faz com que as obras sejam mais rápidas e limpas”, assegura a empresa. E, principalmente, mais baratas.

Murcia explica que, para um imóvel de 100 metros quadrados, uma revitalizada ficaria em torno de 3.000 euros (cerca de 12.000 reais), a não ser que ele esteja em condições muito precárias. “Uma reforma integral, por outro lado, oscila entre 300 e 400 euros por metro quadrado caso se decida trocar tudo; com materiais alternativos o preço poderia cair pela metade”.

Pintura. A pintura pode exigir um gasto muito alto, principalmente se for preciso retirar azulejos da parede para poder iniciar o serviço. “Se o que se pretende é reduzir custos na reforma, a melhor opção é pintar sobre os azulejos”, aconselha a Reparalia. Se nós mesmos queremos nos encarregar da tarefa, a recomendação é conseguir uma tinta especial para esse material, um rolo de pelo baixo e uma brocha para as juntas e os cantos. “É importante limpar muito bem os azulejos com solvente e secá-los completamente antes de aplicar a tinta. Depois de finalizar a primeira demão, damos um segunda e inclusive uma terceira, até conseguir uma boa película”, acrescenta.

O portal Habitissimo lembra, por exemplo, a vantagem das tintas chalk paint, que aderem a praticamente todos os materiais. Com elas, pode-se dar uma cara nova ao imóvel de forma rápida e barata. “É possível reformar completamente uma cozinha em apenas um dia e com um orçamento mínimo”, promete a empresa. Se os móveis de cozinha têm muito brilho ou estão laqueados, podem ser lixados para que o verniz se fixe melhor. Se você gosta do efeito retrô, pode passar a lixa depois de pintar para obter um acabamento envelhecido. Se decidir fazer um pequeno investimento para trocar também os puxadores e pia, a cozinha parecerá outra, asseguram os especialistas do Habitissimo, assinalando que a opção de pintar móveis e azulejos também é válida para renovar o banheiro.

Pisos. A opção mais barata − e que não requer obra − para mudar o piso é usar pisos vinílicos ou linóleos autoadesivos, que se colocam facilmente por cima do antigo e são resistentes à umidade, embora possam se deteriorar rapidamente. No entanto, se você busca um resultado um pouco mais consistente, pode ser que essa não seja a melhor alternativa. “Outra opção de maior qualidade é o chão de resina […]; por 700 euros [2.800 reais] podem ser reformados 12 metros quadrados, e por 100 euros a mais pode ser instalado um piso flutuante. Nenhum desses pisos exige obra, e eles são 30% mais baratos que os cerâmicos. Também existem cerâmicas de encaixe” que funcionam da mesma maneira, explica o Habitissimo.

A Reparalia assinala que se ao colocar o novo piso sobre o antigo se formarem desníveis na entrada do imóvel, no acesso ao banheiro ou na cozinha, “existem soluções econômicas para eliminá-los, como colocar uma chapa de degrau”.

Portas. Trocar as portas da casa pode ter um custo significativo, principalmente se seu tamanho ou sua abertura estiverem fora dos padrões, o que exigirá um trabalho sob medida. Para reduzir o custo, existe a opção de lixá-las e voltar a pintá-las da cor que se prefira. “É necessário apenas um dia de trabalho e o preço é de 50 euros [200 reais] por unidade”, afirma o portal Habitissimo.

‘Pladur’ em vez de tijolo. O pladur é outro tipo de estrutura divisória seca. Trata-se de placas de gesso laminadas entre duas camadas de papelão, com diferentes grossuras e medidas, que podem ser utilizadas como paredes divisórias, estantes ou forros decorativos. É mais rápido de colocar e gera menos entulho que o tijolo − embora, claro, seja menos resistente e menos isolante −, além de poder ser pintado diretamente.

“Como exemplos práticos, os painéis de pladur permitem fazer forros, divisórias ou estantes de forma rápida e simples; uma estante ou divisória de três metros de largura tem um preço médio de 800 euros”, afirma o Habitissimo.

Iluminação. Aqui não é possível aplicar a técnica da obra seca. Neste caso, uma análise prévia da distribuição interna do imóvel, para saber com exatidão onde precisamos de mais ou de menos iluminação, é essencial para conseguir reduzir o preço da obra. “Basicamente, a forma de diminuir o custo é reduzir ao máximo que for possível o número de tomadas ou pontos de luz a instalar”, confirmam os técnicos da Reparalia. Eles lembram que, pelas normas, é preciso instalar no mínimo três tomadas elétricas por cômodo e uma em cada zona de passagem. “Uma prática habitual que reduz custos é aproveitar, na medida do possível, a tubulação elétrica existente”, concluem. Para esconder fios de abajures ou extensões, podem ser usadas canaletas de plástico que depois podem ser pintadas da cor da parede ou do teto.

Decoração. Aqui entra em jogo o gosto de cada um, mas não se pode perder de vista o objetivo da obra. Principalmente se a intenção for dar uma renovada na casa para alugá-la, é melhor optar por uma reforma simples, sem ficar obcecado com a decoração. Afinal, é preciso considerar que, muito provavelmente, nossos gostos não coincidirão com os dos futuros inquilinos. “A reforma pode ser estética e funcional ao mesmo tempo, mas muitas vezes esquecemos disso: escolhemos o que mais gostamos e, com isso, encarecemos a reforma”, conclui o vice-presidente da AEGI. As cores neutras e as linhas simples de móveis básicos são a opção menos arriscada e mais econômica.

 

PRECAUÇÕES E TRUQUES ANTES DE COMEÇAR

Quando se decide reformar a casa, é imperativo comparar tanto preços como propostas. Se, por um lado, o ideal seria analisar pelo menos três ou quatro orçamentos, por outro lado é recomendável exigir um preço fechado. “Muitas empresas têm um preço reduzido, mas acabam cobrando custos adicionais − não é possível que compremos uma TV por 400 euros e depois nos digam que temos de gastar mais 300 no fio”, exemplifica Alberto Murcia, vice-presidente da AEGI.

Além de sugerir um preço fechado, Murcia destaca a importância de solicitar um orçamento com itens separados. “É importante que no preço estejam detalhados tanto os valores da mão de obra como dos materiais, caso a gente mude de ideia. Além disso, o preço dos materiais não varia muito − o que pode ser até 300% mais caro é a mão de obra”.

Ele assinala também que há muitos reparos que estão cobertos pelo seguro ou contam com incentivos fiscais, como manchas de umidade ou a vedação das janelas.

A potencial economia, entretanto, só se conseguirá depois de estudar atentamente o que é preciso modificar ou arrumar no imóvel, porque uma obra malfeita pode sair mais cara do que imaginamos. Por isso, o portal imobiliário Idealista recomenda analisar os pontos fortes e fracos da casa, entre eles a impermeabilização ou a iluminação, e ter em mente os detalhes estéticos desejados. Se você está sem tempo ou não tem ideia do que fazer, pode ser uma boa opção contratar um serviço particular: o preço que você pagar pela assessoria poderá evitar muitos problemas no futuro.

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